As queimaduras são feridas traumáticas causadas, na maioria das vezes, por agentes térmicos, químicos, elétricos ou radioativos. Atuam nos tecidos de revestimento do corpo humano, determinando destruição parcial ou total da pele e seus anexos, podendo atingir camadas mais profundas como tecido celular subcutâneo, músculos, tendões e ossos.
No Brasil as queimaduras representam a quarta causa de morte e hospitalização, por acidente, de crianças e adolescentes de até 14 anos. A maioria das queimaduras ocorre na cozinha e na presença de um adulto. Em muitos casos o tratamento é muito doloroso, demorado e deixa marcas para sempre. Escaldadura (queimadura por líquidos quentes) é a principal causa em menores de 5 anos. Já a ingestão de soda cáustica continua sendo a maior fonte de queimaduras químicas em crianças. Entre os adultos, a maior causa de queimaduras é o álcool em combustão (chama de fogo), contato com líquido quente e, menos comuns, as queimaduras elétricas.
A profundidade das queimaduras pode variar e, dessa forma, elas são divididas em graus. As lesões mais profundas podem colocar a vida em risco e necessitam de cuidados especiais para prevenir infecções e diminuir a gravidade das feridas. Quando além de profundas, as queimaduras forem extensas, exigem um cuidado ainda maior, já que lesões que atingem mais de 20% da superfície do corpo podem causar a morte por desidratação. As queimaduras mais superficiais, chamadas de primeiro grau, onde somente a epiderme está comprometida, não necessitam de cirurgia, pois cicatrizam sozinhas, recomenda-se apenas o uso de hidratantes. As queimaduras a partir de segundo grau já podem necessitar cirurgia plástica na fase aguda, com uso de limpeza, suturas e enxertos de pele.
Após a fase aguda, as cicatrizes de queimadura podem ficar com aspecto inestético. Nesses casos, podem ser usados alguns tratamentos para tentar melhorar a região acometida, como placas de silicone, malhas compressivas e laserterapia. Quando esses tratamentos conservadores não forem suficientes, podem ser necessárias cirurgias plásticas reparadoras, com uso de enxertos de pele, expansores de tecido ou excisão e sutura do local para reorientação das cicatrizes. Em alguns casos, as cicatrizes além de esteticamente insatisfatórias, podem prejudicar os movimentos da região acometida, como esticar os braços ou movimentar o pescoço, a cirurgia reparadora deve, então, ser realizada o quanto antes para resolver o problema funcional sem deixar sequelas maiores.
DRA JULIA BROETTO - CIRURGIA PLÁSTICA
CRM/SC 20440 – RQE 11729